quinta-feira, 15 de maio de 2014

MTE divulga balanço do trabalho escravo em 2013.

O Ministério do Trabalho e Emprego realizou um recorde em ações fiscais e resgatou em 2013 um total de 2.063 trabalhadores de situação análoga a de escravo, num total de 179 operações realizadas em todo país.
Segundo a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE) foram alcançados pela fiscalização do órgão 27.701 trabalhadores, formalizados ou não, sendo que do total de resgatados 1.068 estavam no meio urbano, o que equivale, pela primeira vez no histórico das ações fiscais, um número acima de 50% do total de trabalhadores resgatados.
As autuações do Ministério do Trabalho e Emprego resultaram em mais de R$ 8 milhões pagos a título de verbas rescisórias e foram lavrados 4.327 autos de infração em face das irregularidades encontradas. Para o chefe da fiscalização da Detrae, Alexandre Lyra, o Brasil é referência no enfrentamento do trabalho escravo e o MTE vem a cada ano aumentando o número de propriedades fiscalizadas. Somente no ano passado foram 300 empregadores fiscalizados. “Em 2013, mais de 50% dos trabalhadores identificados em condições análogos as de escravo vieram do meio urbano. Esse número mostra que o uso de mão de obra análoga a de escravo tem se intensificado no meio urbano, onde temos aumentado as demandas, mas sem se afastar do meio rural, onde já temos um histórico de enfrentamento”, avaliou.

Dados

Esses números são decorrentes das ações de fiscalização das equipes do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), diretamente vinculadas à Detrae e também da atuação dos auditores fiscais do Trabalho lotados nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE) em todo país. De acordo com os dados divulgados pela Divisão de Fiscalização, das cinco ações fiscais que encontraram as maiores quantidades de trabalhadores em condições análogas às de escravo, quatro foram de caráter urbano. Os quadros a seguir demonstram os resultados da fiscalização em 2013:

POSIÇÃO
ESTADO
MUNICÍPIO
ATIVIDADE
QUANTIDADE
 1º
MG  
 Conceição do Mato Dentro
Construção Civil 
173 
 2º
SP 
 Guarulhos
 Construção Civil
 111
 3º
RJ 
 Rio de Janeiro
 Alimentação
 93
 4º
CE 
 Granja
 Coleta da palha da carnaúba
 85
 5º
GO 
 Itaberaí
 Construção Civil
 70

Os cinco estados em que mais ocorreram ações fiscais do Grupo Especial de Fiscalização (GEFM) e SRTE são:

POSIÇÃO
ESTADO
AÇÕES FISCAIS
GEFM 
SRTE
 1º
PARA 
68  
62
 2º
MATO GROSSO
30
15
15
 3º
SÃO PAULO
26
03
23
 4º
MINAS GERAIS
25
0
25
 5º
GOIAS 
25
7
17
 Em termos de trabalhadores resgatados, tem-se:
POSIÇÃO
ESTADO
AÇÕES FISCAIS
RESGATADOS 
GEFM RESG.
SRTE RESG.
 1º
MINAS GERAIS 
20  
446
0
446
 2º
SÃO PAULO
19
419
03
416
 3º
PARA
68
141
125
16
 4º
BAHIA
17
135
0
135
 5º
GOIAS 
25
133
0
133

As atividades com maior incidência de ações fiscais nas quais foram identificados trabalhadores em situação análoga à de escravo, em nível nacional, foram:

Atividade  
Fiscalizações
Pecuária  
44
Construção Civil 
36
Agricultura 
23
Outros  
46
Total
149

Por sua vez, as atividades nas quais houve o maior número de trabalhadores resgatados, em nível nacional, foram:

Atividade  
Resgatados
Construção Civil  
849
Agricultura  
342
Pecuária  
276
Outros  
596
Total
2063

No meio urbano, 35 ações fiscais foram realizadas do total de 300 ocorridas em 2013; 60 destas produziram o resgate de 1.068 trabalhadores. Os estados com maior número de ações fiscais foram:

UF 
AÇÕES FISCAIS 
RESGATADOS
Minas Gerais
14 
367
São Paulo
16 
360
Rio de Janeiro
6
129

Em Minas Gerais todos os trabalhadores “resgatados” no meio urbano realizavam as atividades no setor da Construção Civil. Em São Paulo apresenta-se o seguinte perfil:

Atividade   
Resgatados 
Fiscalizações
Indústria da Confecção
104
11
Indústria da Construção
256
5
Total
360
16

No Rio de Janeiro, 93 trabalhadores, em uma ação fiscal, foram resgatados no ramo de alimentação, sendo que o restante no da Construção Civil. 

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, 14.05.2014

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